A questão que trago hoje, caro leitor, vem de uma seguidora que questionou: como uma pessoa muito ocupada faz para ter tempo de cuidar de si mesma?
Ao refletir sobre o tema, lembrei-me de um agradável bate-papo que tive com duas mães, Clarissa e Evelini – uma com um bebê recém-nascido, e a outra com três filhos.
Clarissa, logo após o nascimento da filha, sentia necessidade de ter um momento só para si, sem quaisquer outras preocupações. Sentia necessidade de olhar para si mesma, realizando alguma atividade de interesse próprio, porém, sem que isso lhe causasse qualquer sentimento de culpa. Pensando nisso, Clarissa encontrou na prática de corrida de rua esse momento - atividade esta que, ainda, lhe proporcionava força, energia e vitalidade.
Evelini, mãe de três crianças com idades diferentes, desejava conciliar a prática de atividades físicas - porque gostava - com a maternidade, além de outros afazeres.
E,
com o apoio do companheiro, voltou a praticar o taekwondo, sem que um interfira
no ritmo do outro, porém, que tem colaborado para o fortalecimento do
relacionamento.
Logo,
pode-se concluir, sem medo de equívocos, que é inegável que a vida muda,
radicalmente, depois do nascimento de um filho, contudo, ainda é possível, com
planejamento, manter certas individualidades e momentos para si.
Nos
exemplos citados, podemos perceber que Clarissa e Evelini não anularam suas
responsabilidades, mas conseguiram meios de conciliar seus outros papéis. Um
tempo dedicado a si mesmo ajuda a processar tudo o que está acontecendo, além
de possibilitar um descanso de uma atividade rotineira.
É fato que não é muito fácil, principalmente quando se tem filhos pequenos, razão porque, muitas vezes, deixamos de lado achando que não é tão fundamental assim; no entanto, a compreensão de que o cuidar de si é vital ao indivíduo, como forma de sobrevivência psíquica, que cada um deve se preocupar com o atendimento às demandas externas articuladas e conciliadas com as demandas internas.
É essencial entender que se a pessoa não conseguir processar as
exigências do mundo externo e o seu interno, por uma idealização de desejar dar
conta de tudo, ter o controle das coisas ou medo de falhar, irá pagar um alto
preço emocionalmente, visto que a falta de cuidados consigo traz um
esvaziamento e uma diluição de si mesmo com graves consequências emocionais.
Outro
detalhe relevante é que, mesmo as percepções sobre o tempo sendo diferentes, é
bom refletir sobre a ideia de que sua brevidade pode ser ilusória, porque, na
verdade, tentamos alongar para caber nele um mundo de coisas, sem acolher a
vida psíquica e seus afetos.
Assim,
conseguir pensar sobre o que se está sentindo e o que faz sentido ajudará a
olhar para a vida e para si de outra forma, porque o ser humano não pode perder
a capacidade de sonhar e de ter esperança, com risco de começar a se sentir
insignificante, levando, logo, ao esgotamento mental - um verdadeiro risco à
saúde mental e física.
Então,
querido leitor, como você tem vivido o seu tempo?
Tempo, sempre um carrasco!!! Tempo não se guarda na caixinha para usar depois!!! Tempo, tempo, tempo…
ResponderExcluirMeu tempo? Está contado, no limite!!! Morrendo de saudade da minha amiga querida!!!
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