A nossa cultura,
frequentemente, encoraja-nos a pegar atalhos e soluções rápidas,
preferencialmente mágicas, para alcançarmos tudo que desejamos e para o alívio
de sofrimentos.
O refúgio psíquico,
portanto, é um sistema defensivo que protege o indivíduo contra a dor e a
ansiedade; fornecendo relativa tranquilidade e proteção contra as tensões de
ameaça; no entanto, referida condição leva a paralisia e a estagnação
disfuncional, cujo padrão pode ser quebrado.
É notável que, atualmente, muitos não apresentem tolerância para investir tempo e dedicação no autoconhecimento, pelo entendimento de que seus conflitos, percepções, experiências de dor, desejos, crença, intenção, emoção e memória não precisassem de cuidados. Em outras palavras, é como se a pessoa ficasse acostumada e até mesmo dependente desse estado de estagnação mental, visto que romper com algo que incomoda é mais trabalhoso do que mantê-lo como está.
Lembrei-me da exposição
da obra do pintor impressionista francês, Claude Monet, à beira d’água.
Veja-se.
Muitos sentem um
rebuliço e um borbulhar de pensamentos ao apreciar uma tela, levando ao
despertar de emoções antes adormecidas, provocando uma reflexão sobre
sensações, lugares, afetos e, sobretudo, imaginação. Isso ocorre de forma única
a cada indivíduo.
Observar a rua da janela
é se manter na superficialidade, mas, ao abrir a porta, saímos do isolamento,
participamos desse tempo e espaço, e tornando-nos agentes, vivendo a nossa
pulsação em todos os nossos sentidos.
Para enfrentar a dor é
preciso enxergar os conflitos. Só após enfrentar as sombras, o desconhecido de
si mesmo, é que será capaz de ver a luz.
Desejo que, neste Natal,
você possa olhar profundamente para seu interior de maneira a escutar a si
mesmo, enxergar novos caminhos de renovação e compreender que a todo instante
estamos criando a vida em nós mesmos e nos transformando.
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